O que é um boleto não registrado?
Durante anos, boletos não registrados foram a maneira mais fácil para as empresas online no Brasil coletarem pagamentos. Graças às bibliotecas de código aberto e à burocracia limitada, você pode ter um sistema de pagamento online baseado em boletos não registrados em funcionamento em minutos, mas com limitações.
O que é um boleto não registrado?
Um boleto não registrado é um boleto que não tem registro no Banco Central. Um boleto sem registro só é reconhecido quando é feito seu pagamento. Em um boleto não registrado, a cobrança de tarifa por emissão é só realizada quando há o pagamento do boleto.
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Por não terem informações registradas no momento de sua emissão, apenas no pagamento, não há um processo minucioso de verificação, o que deixa os boletos sem registro mais propensos a serem alvos de fraudes.
Boletos sem registro também só podem ser pagos no banco emissor do boleto.
Boletos não registrados x Boletos registrados
Boletos registrados exigem que o banco emita um boleto ativamente com informações sobre quem pode pagar o boleto, data de vencimento, valor etc.
Boletos não registrados são usados porque oferecem muita flexibilidade, e a qualquer momento você pode regenerar um novo boleto com novas informações sem precisar interagir com o banco emissor. As empresas online têm usado essa possibilidade ativamente para fazer a venda a clientes ou alterar as informações antes do pagamento.
Com boletos registrados, você terá que lidar com o banco para emitir e modificar o boleto. O banco cobra pela geração, modificação e cancelamento, independentemente do negócio online receber o pagamento ou não.
A maioria dos bancos também possui integrações muito complicadas em seu sistema de boleto, o que leva a esse negócio online, na prática, a ser forçado a usar um “gateway de boletos” ou “adquirente de boletos” para emitir um boletos registrados. Esses intermediários também cobram taxas de transações além das taxas bancárias e aumentam os custos adicionais da emissão de um boleto registrado. Do ponto de vista do comerciante online, não há vantagens nos boletos registrados.
O “fim” do boleto sem registro
Em fevereiro de 2015, a Federação Brasileira de Bancos, a Febraban, publicou um cronograma para as alterações da plataforma de boletos. Desta forma, limitou a emissão e pagamentos de boletos sem registro pelas instituições financeiras. E a partir de 2017, como dissemos, boletos sem registros só poderiam ser pagos nas instituições que os emitem.
Alternativas aos boletos não registrados
Boletos não registrados oferecem muita flexibilidade, mas no final do dia existem três vantagens principais:
- Um instrumento de pagamento amplamente reconhecido que pode ser pago anonimamente, mesmo em instituições não financeiras, como supermercados
- Um instrumento de pagamento com uma referência facilmente rastreável que simplifica a reconciliação para o comerciante
- Uma data de vencimento em que boletos em atraso só podem ser pagos no banco emissor do boleto
Os comerciantes que desejam manter a flexibilidade oferecida por boletos não registrados podem simplesmente gerar faturas. A troca do comerciante é que ele não pode mais se beneficiar das vantagens do sistema de boleto mencionado acima.
Do ponto de vista bancário, uma fatura é tratada como qualquer outra transferência bancária. Se o cliente desejar ter o anonimato, uma fatura poderá ser paga por depósito em dinheiro em qualquer instituição financeira. A principal desvantagem das faturas é a reconciliação do lado do comerciante; também, a falta de referências rastreáveis pode dificultar a relação entre pagamentos e faturas.
Os cartões de débito online de hoje oferecem as mesmas vantagens para um comerciante que um boleto registrado com baixos custos de transação, pagamento rápido e sem estorno devido à implementação obrigatória do 3D secure. A penetração dos cartões de débito ainda é baixa, mas a sobreposição entre os clientes de comércio eletrônico e a penetração do cartão de débito é alta.
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Sobre o autor
Quem não tem amigos e familiares dizendo que estão sem dinheiro? Como especialista em educação financeira e consultor empresarial com mais de 300 horas de cursos, André decidiu ajudar compartilhando seu conhecimento através de artigos neste blog. André tem graduação em pedagogia e especialização em padronização de processos e usa seu conhecimento para ensinar seus leitores a lidar melhor com o dinheiro.
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